Osteoporose
O que é Osteoporose?
A Osteoporose é uma doença que cursa com o enfraquecimento dos ossos, aumentando assim a chance da ocorrência de fraturas.
Os ossos que mais podem sofrer fraturas são o fêmur, as vértebras (ossos da coluna) e antebraço (próximo ao punho). A fratura do fêmur é a mais grave e pode levar a sérios problemas, inclusive à morte.
Quem são as pessoas que podem ter Osteoporose?
A saúde dos ossos é o resultado do equilíbrio entre a formação e a degradação óssea. Durante a infância e a adolescência, a formação do osso é rápida. Dos 25 aos 40 anos ocorre um equilíbrio entre a formação e degradação. Com o avançar da idade, a degradação passa a ser maior que a formação. Os ossos perdem a sua força e se tornam mais frágeis. A fase inicial deste enfraquecimento recebe o nome de osteopenia. Para enfraquecimentos ósseos mais intensos, teremos o diagnóstico de Osteoporose.
As mudanças hormonais, como a menopausa, influenciarão na saúde dos ossos. Mulheres brancas, com mais de 60 anos, e que estão na menopausa, são as que mais serão afetadas. A presença de história familiar para Osteoporose ou fratura também deve ser levada em consideração. Outros fatores como o tabagismo, a ingesta de bebida alcoólica, a baixa ingestão de cálcio na dieta, o sedentarismo e o baixo peso também aumentam o risco da doença.
Os homens também podem ter Osteoporose, principalmente em idades mais avançadas.
Doenças endócrinas, doenças gastrointestinais, insuficiência renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças reumáticas como Artrite Reumatóide, Lúpus e Espondilite Anquilosante, doenças neurológicas como a esclerose múltipla e o Parkinson, doenças hematológicas como as leucemias e linfomas, a infecção pelo HIV e o uso de medicamentos, em especial os corticosteróides (prednisona), aumentam o risco da ocorrência da Osteoporose.
O aumento da expectativa de vida no Brasil e no mundo fez com que a Osteoporose se tornasse uma grande preocupação: vivemos mais, e por isso, temos mais tempo para desenvolvermos esta doença e suas consequências.
A Osteoporose causa dor?
A Osteoporose não causa dor. A dor ocorrerá somente frente a uma fratura.
A Osteoporose é uma doença de evolução silenciosa. Por isto, o médico deve estar atento aos fatores de risco para que o diagnóstico seja feito antes da ocorrência de uma fratura.
A fratura na vértebra é a manifestação mais comum e pode ser indolor. Quando a dor está presente, pode ser de leve a muito intensa, localizada no local da fratura ou irradiando para outros locais. Pacientes com várias fraturas vertebrais passam a ter a coluna curvada e altura reduzida. Podem apresentar ainda diminuição das caixas torácicas e abdominais gerando problemas respiratórios, gástricos e urinários.
A fratura mais grave, sem dúvidas, é a do quadril, e geralmente ocorre após uma queda.
Outro sítio comum de fraturas é o antebraço, próximo ao punho.
Como saber se tenho Osteoporose?
O diagnóstico é feito através de duas formas:
- Densitometria Óssea.
- Presença de fratura de baixo impacto
São indicações para a realização de Densitometria Óssea:
- Mulheres com 65 anos ou mais;
- Homens com 70 anos ou mais;
- Mulheres na pós-menopausa com menos de 65 anos de idade;
- Homes de 50-70 anos com fatores de risco;
- Adultos com fratura prévia por fragilidade;
- Adultos com doenças que se associam a perda óssea;
- Adultos em uso de medicações associadas a baixa massa óssea ou à perda óssea, como os corticosteróides;
- Pacientes que farão ou estão fazendo tratamento para osteoporose.
Além da Densitometria Óssea, as radiografias da coluna podem trazem informações importantes.
A realização de exames de sangue é importante na Osteoporose?
Os exames de sangue servem para mostrar se a Osteoporose está associada a alguma outra doença. São necessários hemograma, dosagem do cálcio, da Vitamina D, do hormônio da tireóide, do hormônio da paratireóide, dentre outros.
Existem ainda outros exames de sangue que são realizados para a monitorização da resposta ao tratamento.
Tratamento
Como é feito o tratamento da Osteoporose?
O tratamento da osteoporose tem como objetivo reduzir o risco de fraturas. Ele pode ser dividido em tratamento não medicamentoso e tratamento medicamentoso.
No tratamento não medicamentoso, são orientadas medidas como:
- Informações sobre a doença e risco de fraturas;
- Parada do tabagismo: o cigarro está associado a maior risco de fraturas;
- Limitar o consumo de álcool: o álcool também está associado a um maior risco de fraturas;
- Exercícios físicos: estudos mostram que a musculação tem maior impacto na saúde óssea. Exercícios que trabalham o equilíbrio também são muito importantes, pois reduzem o risco de quedas;
- Prevenção de quedas: as quedas aumentam a chance de fraturas. Para a prevenção de quedas, destaca-se a realização de exercícios físicos que melhorem o equilíbrio e a força muscular, a suspensão se possível, de medicamentos que possam causar tontura ou sonolência, o uso de sapatos fechados e não escorregadios, a retirada de tapetes da casa, a colocação de barras de proteção nos banheiros, iluminação adequada, correção da visão quando possível;
- Ingesta de cálcio: com o passar da idade, a absorção de cálcio pelo intestino, sofre redução. O cálcio é necessário para a realização de várias reações no nosso organismo. Se não temos uma quantidade adequada de cálcio para isto, nosso organismo retira do osso. A ingesta adequada de cálcio é uma estratégia fundamental na prevenção e tratamento da osteoporose. O cálcio necessário pode ser proveniente da dieta ou de suplementos, quando não alcançamos a quantidade ideal pela dieta. Dar preferência a produtos lácteos com baixo teor de gordura, frutas, legumes, aves, peixes e grãos;
- Vitamina D: dificilmente é conseguida através da alimentação, sendo necessária a suplementação. O objetivo é manter o nível de Vitamina D maior que 20 para a população geral, e maior que 30 para idosos, pessoas com osteoporose, em doenças que facilitam a ocorrência de osteoporose, doenças autoimunes, doenças renais crônicas, síndromes de má absorção e gestantes.
Tratamento Farmacológico:
Várias medicações podem ser usadas no tratamento da Osteoporose. As mais utilizadas são as da família dos bisfosfonatos, como o alendronato, o risedronato, o ibandronato e o ácido zoledrônico. Estas medicações reduzem a degradação óssea. Para melhor absorção, necessita-se de um ambiente ácido. Por isto, estas medicações devem ser tomadas em jejum, com água, e o paciente só poderá ingerir alimentos após 30 minutos. A inflamação do esôfago é uma complicação que pode ocorrer com os bisfosfonatos, e por isso a orientação é não deitar após ter tomado a medicação. Uma complicação muito rara que pode ocorrer com o seu uso é a necrose de mandíbula. Por isso é aconselhável visitas regulares ao dentista para a manutenção de uma boa saúde bucal.
O denosumabe é uma medicação que tem ganhado cada vez mais espaço no tratamento da Osteoporose. Ele reduz fraturas vertebrais e de quadril. É administrado com uma injeção subcutânea a cada 6 meses.
Alguns pacientes podem se beneficiar de terapia de reposição hormonal, mas cada caso deve ser analisado individualmente.
A teriparatida é outra medicação que pode ser usada. Também é injetável, com efeito na formação óssea. Sua maior limitação é o custo, devendo ser reservada para casos mais graves.
MAIS INFORMAÇÕES:
Acesse a cartilha informativa para pacientes da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).